Hoje sentei ao lado de
Drummond
Com certa aflição ele
foi me dizendo: Esse mundo em que estamos vivendo está muito doido. Parece que o
ódio impera nas pequenas atitudes das pessoas. Ele aparece das formas mais
banais.
Sem dar tempo para
pausa ou alguma intervenção continuou...
E eu que apenas gostava
de sentar e observar as gentes passando sou penalizado por esse tempo do hoje. As
pessoas não tem mais tempo pra isso! Olhar é cada vez mais raro...
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foto retirada da internet 25/12/13 |
Novamente não me deram
tempo de falar e talvez para mim, tenha sido o mais violento ato de censura. Já
estava acostumado por me extirparem o direito de ver mas eu enxergava assim mesmo.
Hoje não, o golpe pareceu mais duro... Pintar não me permitiu escolha pelo não
vê... eu vi e todos viram... O vandalismo está intrínseco naquele que não
compreende o que o amedronta...
É Juliana, da
ignorância de muitos meus escritos ainda não conseguiram me salvar.
Vejo que tenho sofrido
aqui... sofrido não... sou processo dessa sociedade, mesmo se leram meus
escritos, não conseguiram compreender nada.. Devo ter culpa nisto também...
Hoje não sei se vc
percebeu, me pintaram!
Continuei parada como
uma estátua...
Tentaram me imortalizar.
Me colocar em um lugar que sempre fui visto mas hoje os tempos são outros... Estou
velho demais! Não compreendem o que seja esse estar neste lugar. Certamente o
banco é mais um objeto e eu não muito diferente disto também.
Fiquei triste!
Olhando para ele apenas
pude dizer:
Quando o ignorante não procura ler as esculturas da cidade,
elas são tratadas apenas como objetos. Assim também é a VIDA! Mas
devemos permanecer intactos ao nosso sentido de existir no mundo. Talvez você esteja
exatamente nesse lugar aberto para mostrar ou lembrar para lê-lo... nem que
seja por curiosidade em uma estátua.
A tristeza vai passar...
Abraços,
JN