segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sobre mudanças

"É interessante observar os movimentos de nossas mudanças interiores. Nem sempre sabemos identificar o nascimento da inadequação que gera todo o processo. O fato é que um dia a gente acorda e percebe que a roupa não nos serve mais. Como se no curto espaço de descanso de uma noite a alma sofresse dilatação, deixando de caber no espaço antigo onde antes tão bem se acomodava. É inevitável..." p. 17. Tempo de Esperas Pe. Fábio de Melo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Chegada ao Rio

Vejo a vida passar em câmera lenta. 
Estou desconectada de tudo e de todos. 
Percebo aquilo que em muito acelera meu coração mas em meio ao foco, 
desfoco tudo que está mais próximo de mim.
O amor se vai.
A vida se vai
Quando olho para trás percebo que ficou junto também o que já fui um dia. 
Difícil decisão de continuar...
O medo do inesperado paralisa por algum tempo.
A mala ainda está para ser desarrumada
Talvez a lembrança da vivência nos lugares por onde andei 
Seja a força motriz disso tudo que ando fazendo e/ou deixando de fazer
Seja lá o que for esse tal de futuro
Espero que me reserve desafios mais altos dos que tenho tido. 
Parece que somente alcançamos patamares mais altos se confiarmos que estamos preparados para eles. Talvez nele eu tenha que abrir mão de muita coisa que não anda me acompanhando nessa nova jornada e o que tem me sufocado talvez seja ainda essa transição: passado X futuro.
O incerto da vida nos move mas também pode nos paralisar. 
O que fazemos com esse resultado é o que nos mostra o futuro que queremos ter.

Estou desejosa da calmaria. 
JF

sábado, 19 de julho de 2014

Sobre o cansaço

Você é o poema ''A Hora do Cansaço''
Você é exausto. Você já não aguenta mais sofrer por um mesmo motivo. Sabe que o sentimento precisa mudar e busca uma forma de esquecer o que te fez sofrer, mas que também te deu prazer.


A HORA DO CANSAÇO - Drummond
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.