fonte: http://awebic.com/pessoas/mulher-fica-amiga-de-mendigo-em-sao-paulo-ninguem-poderia-imaginar-o-que-aconteceria-depois-uau/
Esse vídeo me emocionou não apenas pela história mas também pelo fato de que alguém OLHOU para essa pessoa. É preciso olhar para a população em situação de rua. Principalmente entender que, cada ser humano é único. Quando decidi observar esse público, no estágio do Serviço Social, ninguém me deu apoio ou crédito. Para mim, parecia contraditório, em meio ao surgimento das políticas públicas para essa população. Pude perceber que o trabalho seria árduo também para modificar as engessadas estruturas institucionais.
Assistir esse vídeo hoje, talvez não seja por acaso. Me mostra uma trajetória acadêmica construída muitas vezes pelo/com o embate institucional arcaico que não deixa existir outras formas de saberes. Pode ser na Saúde Mental ou na Educação, a realidade é muito semelhante.
A abordagem pela escrita é sempre muito especial. Assim como no vídeo, os pacientes que acompanhei também se expressavam muito pela escrita. Às vezes me sentia um papel e lápis andando pelos corredores...rsrsrs Requer TEMPO. Esse que os pós-modernos consideram como algo perdido. Mas foi pelos escritos que encontramos suas famílias.
Sai do estágio com algumas reflexões: Por que as pessoas não podem continuar com seus hábitos de leitura e escrita também no período de internação? ninguém, na ocasião, soube me responder...
Os casos foram resolvidos e meu estágio naquele espaço também chegou ao fim. A Saúde Mental me preparou para muita coisa que vivi depois... acredito, na verdade, que ela ainda me ajuda. Quase sempre em meio as adversidades, lembro desse momento.
A convivência com os pacientes me mostrou o real da vida.
Eles são excelentes observadores. Eles observam as pessoas. Suas atitudes. Nesse mundo acelerado demais, eles não são aceitos!
Com eles aprendi que vale a pena sentar e observar como as pessoas estão agindo umas com as outras. Até hoje eu lembro de frases que me disseram ao longo da internação e mesmo depois do retorno para suas casas. Lembro das expressões quando comunicávamos que encontramos suas famílias. Acho que vida é isso: Estar na VIDA das pessoas.
Abraços,
Juliana